A bailarina
Augusta Schimidt
Assim como as borboletas
A bela bailarina
Dança leve entre flores
Faz do céu o seu palco
Das estrelas seus amores.
E entre um acorde e outro
Enquanto descansa na lua,
Rodopia com o vento
E com sua alma nua,
Ama o sol que está lhe vendo.
A bela bailarina
Viaja com os cometas
E com seu coração criança
Busca sempre a esperança
De encontrar o amor maior
Que em algum lugar
Desse universo infinito
Esconde-se e a espera
Para lhe amar
Eternamente...
A Ciranda das flores
Augusta Schimidt
Num jardim encantado
Margaridas e jasmins
Reunidas com outras flores
Preparavam com entusiasmo
A maior ciranda de amor
Cravos, rosas, camélias
Papoulas e até borboletas
Ensaiavam com alegria
Espetáculo sem igual
Pois seria esta ciranda
O maior espetáculo da terra
As borboletas cirandavam
Pousando de flor em flor
Ao som da musica alegre
Cantada pelo belo sabiá cantor.
Até o cravo e a rosa
Ao contrário do que diz a canção
Inspirados por tal cenário
Apaixonados se davam as mãos
E todos em plena harmonia
Enquanto o sol sorria
Cantavam e dançavam
Levando através do vento
O som da ciranda
Que seria por muito tempo
O maior evento de amor
Adoção
Augusta Schimidt
Menina pequenina adota
Quem lhe sopre sementes de amor
Quem lhe compre sonhos de esperança
Quem lhe ofereça morada
Cheia de bonança.
Menina tem fome de sol
Sede de chuva caindo no telhado
Por isso procura
Quem lhe tire do cimento mofado.
Menina tem pressa de viver
Seus desejos coloridos de azul
Com cheiro de manhã orvalhada
Menina pequenina
Quer família,
Onde possa se sentir amada.
Campinas/10/06/08
Amigo verdadeiro
Augusta Schimidt
Quero aqui falar bem alto
A todos quantos queiram ouvir
Amigo de verdade respeita o outro e sabe dividir
Amigo do coração
Não precisa pedir perdão
Aceita e respeita sem restrição
Amigo dá todas as chances
Aceita, ajeita
Amigo aponta a falha e ajuda a consertar
Amigo dá o ombro sem cobrar
Amigo verdadeiro
Ama incondicionalmente
Não mente...
Olha pra frente e confia
Amigo espera todos os dias
Com uma mão amiga para conduzir
Com uma palavra justa para confortar.
Ano Velho
Augusta Schimidt
Escuta aqui, Ano Velho,
Faltam poucos dias pra você ir
Mas antes de partir
Vamos fazer uns acertos.
Você me devolve a ilusão
E leva consigo a solidão
Me devolve o equilíbrio
E tudo o que valeu
E eu te devolvo o que me aborreceu.
Afinal ano Velho,
De que serviu a promessa
Que me fez quando chegou?
Passamos juntos doze meses,
Você me prometendo...
Eu acreditando...
É certo que muita coisa aprendi,
Amigos conquistei,
Lágrimas chorei,
De alegria e de emoção
Mas você há de convir
Que de tristeza também chorei
E não foi essa a nossa combinação.
Ano Velho, me faça mais um favor,
Pra onde você for,
Leva essa dor do mundo,
Deixa espaço para a paz
E para o amor mais profundo.
Ano Velho,
Quando o Ano Novo chegar,
Prometo que vou me lembrar
Das coisas boas que aprendi com você,
Dos doces momentos
Que juntos passamos,
E quando o tempo passar
Visitarei meu coração
Para falar de você com emoção.
Pronto Ano Velho,
Pode partir
Agora vou me preparar
Para o novo ano que vai chegar.
Arlequim
Augusta Schimidt
O amor desesperado
De um palhaço apaixonado
Marca a história
De um coração despedaçado.
Rival de Pierrô
Usando trajes de retalhos
Triangulares, coloridos
Arlequim era palhaço,
Farsante...
Cômico...
Mas amava Colombina
Há quem diga por aí,
Que o arlequim de outrora,
Folgazão e brejeiro
Nada mais foi na vida
Que um bárbaro guerreiro.
Catador de Papel
Augusta Schimidt
Pela cidade toda
Dia e noite sem parar
Lá vai ele catando papel
Pra poder se alimentar...
Na sua lida diária
Encontra a sorte e a morte
Numa disputa cruel
E sem saber quem vai ganhar
Trabalha
Pra poder se alimentar...
E quando a morte perde pra sorte
Ele levanta os olhos ao céu
Agradece,
Faz sua prece
E retorna para a triste paisagem
Com a vida que leva
E que já virou arte.
Papel e pobreza
Perigo e esperteza
Fazem parte da rotina
Do catador de papel
Sem descanso e ilusão
Segue em frente
Torcendo pra que a sorte
Continue vencendo a morte
Pois precisa trabalhar
Pra poder se alimentar...
Escreve-me
Augusta Schimidt
Escreve-me
Uma carta ou bilhetinho
Estou me sentindo sozinha
Vamos...
Faça-me este carinho
Estou com muitas saudades
Precisando de você
Meu coração suplica
Jamais vou te esquecer
Escreve-me
Não precisa ser muita coisa
Nem ter brilhos e paetês
Basta ter sinceridade
A que eu tenho com você.
Espantalho Fialho
Augusta Schimidt
Fialho o espantalho
É simpático e leal
Amigo dos passarinhos
Mora lá no meu quintal
Fialho é feito de trapos
Cabeça de palha,
Mas tem coração
De braços abertos e acolhedor
Ele é todo emoção
Espera o dia amanhecer
E com olhar faceiro acolhe o sol
E quando a noite vem
Namora a lua
Fascinado por seu brilho
Fialho é um espantalho especial
Às vezes chora gotas de orvalho
Quando sente tristeza
Por ver a destruição
Que o animal racional causa à natureza
Festa Junina
Augusta Schimidt
Noite estrelada, lua sorridente,
Sanfona e viola na mão
Muita bandeira e balão
Queima de fogos
Fogueira ardendo no chão
Começa o mês das festas juninas
Pra animar a multidão.
Crianças com o riso solto
Olhar doce, alegria e emoção,
Aguardam a hora da festa
Enfeitando o salão
Menina bonita com vestido de chita
Menino com chapéu nas mãos
Se aprontam para a quadrilha
Como manda a tradição
Mês de junho é o mês dos três santos
Cada qual com a sua função
Começa com Santo Antonio
Termina com São Pedro guardião
Santo Antonio casamenteiro
É o santo mais procurado
É rezado no mês inteiro
Até que um marido seja encontrado
São João é homenageado
Com bombinhas e fogueiras
Muita comida e bebida
Danças típicas e brincadeiras
São Pedro também tem sua vez
Guardião da porta do céu
Milagreiro do mar e da terra
É o santo que encerra o mês.
Homenagem a uma grande amizade
Minha doce amiga Kátia
Presto aqui minha homenagem
Do fundo do coração
Preciso gritar para todos
Minha grande emoção.
Ter a sua amizade
Ter de você o respeito
É como poder dizer
Tenho dois corações no peito.
Um deles é meu de fato.
O outro, devo dizer
Consegui um grande feito.
Conquistei seu coração
E o trouxe aqui pra dentro,
Bem juntinho do meu,
Num lugar especial
Para um dia podermos juntas
De mãos dadas e bem de perto
Mostrar ao universo
Que ter dois corações no peito
É obra de um ser perfeito.
Obrigada, minha doce amiga
Obrigada por existir
Quero que saiba na vida
Que nunca vou desistir.
Vou gritar a todo mundo
Que a nossa amizade,
É bonita, é sincera,
Pois quero que todos saibam
O quanto você é bela!
Augusta Schimidt
Campinas/02/maio/2000
Inveja
Augusta Schimidt
Certo inveja...
Sou obrigada a admitir
Que você tem um certo poder
Mas isso não quer dizer
Que quero você comigo
Pode acreditar
Ter você por perto
É o maior castigo
De que adianta o poder
Se não tem o bem querer?
Isso sem contar
Que não tem criatividade
A tudo você copia
E isso, não lhe traz felicidade.
Quem sabe um dia,
Se você mudasse o seu comportamento
Aliando-se a um nobre sentimento
As pessoas que têm você
Poderiam ver o mundo em harmonia.
Ai sim você se transformaria
Num sentimento do Bem
E então, todos iriam querer
A sua nobre companhia
Inveja,
Toma seu rumo
Entra no prumo
Crie,
Sonhe,
Vá em busca da felicidade
Ela ronda todos os lugares
E está ai, bem pertinho de você
Torne-se do bem
E todos hão de te querer
Josefina
Augusta Schimidt
Era uma vez Josefina
Menina mirrada e medrosa
Tinha medo de tudo
E com ela não tinha prosa.
Tinha medo de minhoca
Lagartixa, nem pensar,
Se encontrasse uma cobra
Era capaz de desmaiar.
Se era dia, dormia
Tinha medo do sol e da sombra,
Se era noite acordava
Tinha medo da escuridão
Tinha medo da boca da noite
Tinha medo de trovão.
Josefina tinha medo
Daquilo que não via
Tinha medo até
Do que nem sabia se existia.
Certo dia Josefina
De tão cansada que estava
Adormeceu encolhida num banco
E sonhou com uma fada.
A fada contou a ela
Um segredo especial
Acordando Josefina
Que não mais sentia medo.
Espantada Josefina,
Feliz e sem medo a menina,
Mergulhou na noite
Conversou com a lua
Esperou o sol chegar
Brincou com a sombra
E nunca mais teve medo de amar.
Ah! esqueci de te contar!
Sabe qual era o segredo
Que fez Josefina acordar?
O segredo era amar.
Amar a vida
E tudo o que ela lhe dá
Amar sempre,
Amar...amar...amar...
Lembranças
Quando eu era ainda menina,
Adorava olhar o céu
Queria ver as estrelas,
Bordarem um enorme véu.
Gostava de ver também,
O bailado das borboletas
Que quando pousavam nas flores
Cintilavam cores e amores.
E os passarinhos então,
Formando um grande coral,
Juntavam-se a saparia,
Era festa lá no quintal.
Quando nas arvores subia
Era hora da alegria,
Ia bem lá no alto,
Bem pertinho do céu,
Queria esticar o braço
E abraçar Papai Noel.
Augusta Schimidt
Meu dia -a- dia
Augusta Schimidt
Logo cedo ao me levantar
Corro à janela, digo Bom dia!
E o sol vendo meu sorriso
Feliz me responde:
Bom dia, alegria!
Passa o tempo
A hora passa
Olho o sol que vai embora
E ao ver os meus olhinhos
Lá de cima ele me diz:
Choo tristeza, vai embora
Que o amanhã logo vem
Meus olhos pesam
Minha boca espreguiça
Sinto soninho, a noite chegou...
Durmo tranqüila
Meu rosto sereno mostra a paz
Que meu coração conquistou.
Meus amores
Nesta vida tive muitos amores
Minha boneca Creolina
Minha gata Cristina
As flores e suas cores
Os pássaros cantores
As borboletas dançarinas
E até a Violeta
Uma lagartixa xereta
Que vivia e me espiar
Meu primeiro namorado foi o sol
Dourado,
Esplendoroso,
Quente e charmoso,
Que me sorria todas as tardes
Do horizonte a se despedir
Quando batia o sono
E a vontade de dormir
Da janela onde eu espiava
A partida do meu amor
Via uma estrela brilhante a piscar
Consolando a minha dor
Quando a lua aparecia
Já não me sentia sozinha
Cúmplice de meus sonhos
Iluminava o cenário
Para que os anjos cantores
Tocassem suas liras e cantassem
A embalar meu sono
E assim,
Passava a minha noite tranqüila
A espera do novo dia
E com ele a chegada do sol
A me irradiar alegria
Augusta Schimidt
Meus dois lados
Augusta Schimidt
Tenho plena certeza
De que sou duas em uma
De um lado sou a razão
E do outro...
Pura emoção
Quando a razão fala alto
Vou à luta consciente
Encaro os fatos
Entendo os atos
E guardo os sonhos
Para o meu outro eu
Mas quando fala a emoção
Essa coisinha gostosa
Que me sai pelos poros
Neste momento
Sou toda coração.
Fico manhosa, dengosa
Entendo a dor
Amo o amor
E quando meus dois lados se juntam
Sou o trovão do temporal
E a claridade do amanhecer
Sou a esperança de aprender com o vento
As lições do tempo
Sou a vontade de viver.
Meus 15 anos...
Sonhos de menina
Augusta Schimidt
Numa tarde de setembro
Entre as flores de um jardim
Adormeci embalada pelo vento
E tive um sonho
Que foi mais ou menos assim...
Céu azul
Sol dourado
Primavera no ar
E meus sonhos de quinze anos
Tomam conta do meu pensar
Sonhei que cavalgava
Nas asas do vento...
Percorri o firmamento
Oceanos e mares
Dei formas ao pensamento
Cheguei num castelo de nuvens
E com as estrelas dancei
A valsa das flores
Conquistando muitos amores
Me apaixonei pela lua
Rodopiei com o sol
Ouvi o coral dos anjos
Nadei na água da chuva
Descansei no arco-íris
Conversei com a boca da noite
Acordei com o rouxinol
E de volta à realidade
Feliz da vida de verdade
Colhi os frutos da minha idade
Reservando ao futuro
A esperança da felicidade
Minha casa
Meu sonho é ter uma casa
Não muito grande nem muito pequena
Mas é necessário que seja
Uma casa calma e serena.
Minha casa tem que estar
Situada no lugar ideal
Onde o amor e a felicidade
Tenham jardim e quintal
No quintal tem que ter árvores
Para muitos sabiás,
É para quando cair a tarde
Eles possam vir cantar e descansar.
No jardim tem que ter flores
Borboletas e muitas cores
Onde o sol e as estrelas
Possam ser testemunhas
Dos meus sonhos e amores
As paredes têm que ser brancas
Janelas grandes para o sol entrar
Portas largas, varanda florida
Com uma grande rede para descansar.
Assim tem que ser minha casa
O meu recanto de felicidade
Onde eu possa reviver meus sonhos
Com amor e muitas saudades
Augusta Schimidt
Nega Dita minha babá
Augusta Schimidt
Ainda hoje me lembro
Dos meus tempos de criança
Nos braços da Nega Dita
Ouvindo sonhos de Esperança
Nega Dita foi escrava
Que a princesa Isabel libertou
Era ainda uma menina
Mas na memória
Sua vida sofrida guardou
Nega Dita se casou
Mas na lavoura ficou
Até que um belo dia
Seu amor me dedicou
Eu era menina de trança
Espevitada e arteira
Meus dez anos eram o passaporte
Pra viver de brincadeiras
Nega Dita tinha quase cem
Mas dava conta de mim muito bem
Coragem não lhe faltava
E sua esperteza lhe conservava a vida
Nega Dita era magrinha
Era bem baixinha também
E apesar de toda idade
Era esperta como ninguém
Seus cabelos eram branquinhos
Feitos bolas de algodão
Na ponta do nariz tinha os óculos
E enxergava muito bem
Deus conserve a minha nega
Junto aos anjos do paraíso
Pois no meu coração ela vive
Como se nunca tivesse partido
O Espantalho
Augusta Schimidt
Vestido de palha
E restos de pano
De braços abertos
Sorriso sereno
Lá está ele incansável
O meu espantalho
No meio do milharal
Sem hora e sem pressa
Feito um maestro de orquestra
Rege a sinfonia de pássaros
Que todos os dias
Vem lhe fazer companhia.
E quando a noite chega
Seu coração de palha se ilumina
E com a lua, sua menina,
Troca olhares apaixonados.
O Palhaço
Augusta Schimidt
Palhaço que é mágico e poeta
Que faz a gente rir e sonhar
Palhaço que planta alegria
Por vezes esconde a tristeza no olhar
Palhaço que mora onde está a emoção
Quando se abrem as cortinas vermelhas
Esquece de tudo...
E com a alma de um poeta
Fabrica ilusões,
Para plantá-las em nossos corações.
O Presente
Queria lhe dar um presente.
Pensei nas cores do arco-íris
Pensei nas estrelas do céu...
Pensei também em algumas ondas do mar
Ou quem sabe uns raios dourados do sol.
Poderia até ser a claridade da lua!
Ou simplesmente as lindas flores do campo.
Na duvida, resolvi pensar um pouco.
Falei ao vento sobre meu desejo,
E ele através de sua brisa suave
Como uma linda melodia faz
Ajudou-me a pensar:
O que seria do arco-íris sem as cores?
E do céu sem as estrelas?
Será que o mar teria a mesma exuberância sem todas as suas ondas?
E o sol!
O grande amigo sol com seus raios apagados
Ainda poderia iluminar nossos corações?
E a lua sem seu brilho!
O que seria dos enamorados?
Imagine um campo sem flores
As borboletas sem uma flor para pousar...
Não...
Não posso privar o mundo
De belezas sem igual
É preciso pensar
Em outra coisa afinal!
O amor!
Dou-lhe todo o meu amor.
Acho que este sim
É o presente ideal.
Augusta Schimidt
O segredo do vovô
Augusta Schimidt
O vovô já tão velhinho
Recosta a cabeça branquinha
Numa cadeira de balanço
Pensativo, olhar distante...
Vovô tem um segredo guardado
No fundo do coração
Um grande amor do passado
Ainda vivo, lhe causa emoção!
Por acaso ouvi a fala
Murmúrio que não se cala
De angustia...
Que a alma entala.
E nas faces rubro carmim,
Vovô sente a saudade
Daquele amor,
Que nunca terá fim.
O telefone
Augusta Schimidt
Lá em casa tinha um cantinho
Que era muito especial
Ali ficava o telefone
Um amigo incondicional
Um grande amigo ele era
Cúmplice dos meus segredos
Dos meus desejos
Das minhas histórias de amor
E até dos momentos de dor
Chegava da escola ansiosa
Esperando o telefone tocar
E quando ele alegre chamava
No cantinho me sentava
Para longamente conversar
Até hoje me lembro bem
Do telefone a tocar
Dos grandes papos... Bons momentos...
Dos segredos que ele me ajudava guardar
Pai
Pai,escuta...
Quero lhe falar...
Acabei de descobrir
Que nunca deixei de te amar.
Pai...
Sabe, preciso de você,
Quero que saiba
Que nunca vou te esquecer.
Pai...
Lembra quando eu era criança?
Quanta esperança!
Queria que soubesse
Que o motivo da minha mudança
Foi entender só agora
Que o amor que você sente,
É gostoso e diferente
É terno e quente,
É amor pra toda vida
É coisa de gente querida.
Pai...
Desculpe se te magoei,
Desculpe se não te amei como queria
Mas quero que saiba,
De verdade...
Do meu jeito e sem maldade,
Eu te amo , Pai
Até a eternidade.
(Augusta Schimidt)
Pelas ruas da cidade...
Augusta Schimidt
Pelas ruas da cidade
Desde cedo até de tarde
Nos becos e nas passagens
Há uma triste realidade
Crianças jogadas no chão
Exalando o cheiro da morte
Jogados na própria sorte
Sobrevivem na podridão
Tenho comigo um pensamento
Que me traz um pouco de alento
Quem sabe uma chuva de vento
Não leva embora tanto tormento?
Infelizmente nada posso fazer
A não ser continuar a escrever
Estes versos que ora faço
Pois pra mudar essa tristeza
Há que ter muita firmeza
Acabei de ter uma idéia
Que talvez possa ajudar
Vou trazer essas crianças
Para na minha poesia morar.
Planeta carinho
Saí andando por aí
A procura de um amigo
Que viesse de um outro planeta.
Encontrei aqui bem perto
Jóias raras e por certo
Fundamos o nosso planeta
Seu nome é Planeta Carinho
É muito sólido,
Construído com sabedoria, respeito e amizade
É bem bonito e cheio de vida
Repleto de flores e muitas cores
É grande o suficiente para caber amorzade.
É o cantinho dos poetas
Que quando ali se reúnem
Espalham o amor e a felicidade.
Augusta Schimidt
Procuro alguém
Augusta Schimidt
Procuro alguém...
Que more num outro planeta
Que venha pela cauda de um cometa
Comigo ficar.
Procuro alguém...
Que tenha sonhos azuis
Que queira trocar esperanças
Que tenha coração de criança.
Procuro alguém...
Que saiba escutar o vento
Que tenha nos olhos
O brilho intenso das estrelas
E no coração, o calor do sol.
Procuro alguém...
Que conheça um outro mundo
Onde não há fome e nem guerra
Onde as tardes são perfumadas
E as pessoas passeiam de mãos dadas.
Procuro alguém...
Que queira comigo trocar
Muitas lagrimas de dor
Por muitos sorrisos de amor.
Procuro alguém...
Que possa e queria me ajudar
Espalhar gratidão pelo mundo
E sabedoria a todos os homens.
Procuro alguém...
Que voe comigo,
Nas asas da gaivota
Que sonhe comigo
Que um dia o mundo vai mudar
Que o bem venceu o mal
Que a paz imperou afinal.
Você quer ser esse alguém?
Se eu fosse o presidente
Augusta Schimidt
Se eu fosse o presidente
Diria pra toda gente
Que eu amo o meu país
Se eu fosse o presidente
Diria pra minha gente
Que a terra da minha Terra
É boa pra se plantar
Pra colher e pra morar
Se eu fosse o presidente
Desse Brasil de gente boa
E que abriga a Terra da Garoa
Eu acabaria urgente
Com a fome da panela,
Com a fome do saber,
Com a fome da saúde
Para que todos pudessem viver.
Se eu fosse presidente
Decretaria que a partir de agora
Vigora a Lei da Dignidade
Do Respeito
Da qualidade
E muito amor no coração
Pois somente com tudo isso
É que poderemos então
Respeitar a nossa Nação.
Sonhos
Augusta Schimidt
Eu queria sonhar...
Sonhar leve,
Como o vôo das gaivotas,
Colorido como as cores do arco-íres.
Eu queria sonhar...
Com a beleza da lua,
Com as flores que colorem os jardins,
Com as andorinhas que voam pelo céu aberto.
Eu queria sonhar...
Que o beija-flor beijou a rosa,
Que o dia amanheceu sorrindo,
E que a noite encerrou o dia
Com um espetáculo de luzes
Vindo das estrelas.
Eu queria sonhar...
Que no mundo não há mais guerras,
Que as crianças não passam fome,
E que os pais não choram mais.
Eu queria sonhar...
Que o mundo é um paraíso,
Que todos que nele habitam
São amigos de verdade.
Eu queria sonhar...
Que a tristeza é uma quimera
Que só a paz aqui impera,
E que o terror não volta mais.
Ah, como eu queria sonhar...
Sonho colorido
Augusta Schimidt
Certa vez eu tive um sonho
Um sonho colorido e genial
Sonhei que meus brinquedos
Tinham vida afinal!
O soldadinho de chumbo
Em cima de uma perna só
Marchava garboso e elegante
Era lindo que ele só.
A doce bailarina,
Rodopiava e dançava
Numa alegria sem fim
E até o palhacinho
da caixa de surpresas
Pulava e aplaudia
Aquele momento de alegria.
A bola com um grande sorriso
Salpicava de lá para cá
E o meu ursinho querido
Correndo veio me abraçar
Os livros da prateleira
Libertaram seus personagens
Que aos brinquedos vieram se juntar.
E aquele momento de magia
Durou...
Durou até o sol raiar.
Que sonho bom , esse que tive
Pois quando acordei descobri
Que mesmo tendo crescido
Não preciso parar de sonhar.
Uma rua chamada Esperança
Augusta Schimidt
Minha rua se chama Esperança
Nela eu passeio
De mãos dadas com a Ilusão,
Ela é bem larga e comprida
Começa no céu estrelado
E acaba no coração.
Minha rua tem muitas flores
De todas as cores e odores
Tem pássaros,
Borboletas,
Crianças correndo,
Fazendo caretas.
Minha rua também tem
Muitas casas coloridas
Combinando cores com o arco-íris,
Tem o chão feito de pedras,
De esmeraldas e brilhantes
Pra iluminar os passos
De todos os visitantes.
Minha rua Esperança
Tem carinho e amor pra dar
Tem também felicidade
Quem quiser, pode chegar.
Uma loja especial
Augusta Schimidt
Uma vitrine é porta aberta
A um possível comprador
As coisas nela expostas
Tem seu preço, seu valor.
Lá no centro da cidade
Tem uma loja especial
Na vitrine tem de tudo
Que você quiser comprar
Tem futuro, esperança,
Tem alegria e bonança
Tem até lágrimas de gratidão
Vendidas de grão em grão
Tem sorriso empacotado
Abraço apertado com laço amarrado
Tem carinho de montão
A preço de ocasião
Lá é tudo bem barato
Não há que se preocupar
Com bom caráter, bondade e alegria no coração,
A tudo poderá comprar
Sem a menor preocupação
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